segunda-feira, abril 21, 2008

Desabafo

Às vezes, como agora, bate uma falta de perspectiva... Me sinto um pato. Não nado direito, não vôo direito, não ando direito, mas faço de tudo um pouco. Aquela excelência que sempre almejei vai por água abaixo. Ser o melhor, não para os outros, mas para eu mesma. Sinto saudades de coisas que não existem ou que não aconteceram. Quero ficar em meu mundo, sozinha. Ou acompanhada daqueles que não existem aos olhos comuns.
Não consigo me concentrar, não consigo ser eu mesma. Se o fosse, continuaria sozinha ante a indignação dos que me rodeiam.
"Você não é assim", diriam eles.
Mas será que não sou mesmo? Então, quem eu sou?
Serã que sou fruto daquilo que se pensou ser algo? E hoje me pego na corda-bamba, nem lá nem cá. Um misto disso com aquilo.
Não sou nem eu nem a outra. Sou um ser que tende a ser tudo e acaba por ser nada.

Não posso reclamar da vida. Ela sempre foi generosa comigo. Ou com aquela outra. Não importa. Somos duas, juntas no cabo-de-guerra da vida, cada uma tendendo ao seu lado, assim como deve ser.

Clamo por tempo, mas, quando o tenho, ele que me tem. Passa por mim, brinca e se vai, sem que eu perceba que tudo passou e o perdi, mais uma vez...
Assim como tudo.

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